sábado, 18 de junho de 2011

Mautner

RAIOS DE AMOR


Amor é relâmpago mútuo
Por que será que só eu
Quando todo mundo da luz se esqueceu
Sou um raio que é penugem
Me levanto da nuvem e caio
Com vertigem na penugem
Me levanto da nuvem e caio
Com vertigem na folia
Sou a tua tempestade?
Sou como cavalo baio em pleno céu azul de maio
Com a força da maldade da saudade?
Se nosso amor está de luto
É só por causa da tua vontade
Se você quiser em menos de um minuto
Existirá o ah ah ah da alegria do meio dia
Da harmonia da eterna eternidade
Com total perenidade
E imensa felicidade
Eu sempre te escuto
Mesmo quando você está ausente no presente
Dentro ou fora dos esconderijos da cidade
É como a fumaça que passa e sai e se vai de um charuto
Que some e se consome e que tem o nome de felicidade
É como a bola que eu chuto
Com atletismo e num gol de máxima penalidade
Mesmo assim por teu amor e por você eu luto
Com toda a minha capacidade
O que eu sonho eu executo
Espero que assim você goste de mim
Como eu cujo amor atômico
E eletrônico é igual ao rugir
E crescer e surgir e nascer
De toda uma nova humana humanidade
Que se ama com sincera sinceridade
Como se fosse a eterna e doce primavera
Que sopra na copa de todos os coqueiros
E nos tambores de todas as cores
Flores e amores de nossos e vossos terreiros
Brasileiros da nova religiosidade
Que é a grande novidade
Com toda honestidade
Dos tempos atuais
Dos mais iluminados astrais
Que vem pra cima de nós e de vós
E de sei lá mais quem
Como o mais puro eterno futuro riso do neném
E da força do amém e da luz de Jesus lá no além da insanidade
De paixão no coração de velocidade
Para ela que caminha na velocidade da luz
Que tem todas as cores
E é invisível
É tudo ação e são maravilhas e horrores
Tudo é terrível e incrível
E nunca jamais o samba-jazz
A guerra e a paz ou os vampiros em seus retiros
Não tem história contada
Nem sabida ou conhecida ou considerada
Mas existe como toda coisa triste
E como toda lebre que corre vida afora
Toda hora bem alegre
Pois é acima do Bem e do Mal
Num espaço maluco onde ao mesmo tempo
De uma só vez o bem tem que vencer o Mal
No fim do fim enfim e assim sim afinal
Pois assim o quis
O quer e quererá
Aquele cujo nome não se diz
Nem ninguém nunca saberá
Pois já no tempo do Faraó
Passando por Jó e até o Bozó
Tudo é tudo e nada é nada numa coisa só
Até que surgisse
Alguém que disse:
"Misturando água com pó
Eu farei alguém que não tenha nem dó
Nem piedade
E a este ser não ser sequer darei o nome
De toda fome ciclone e no fim de mim
Sairão uma mulher e um "home"
Só por pura loucura divina
Que rima
É o que nos conta
Informação-explosão
Que deixa minha alma sem calma e tonta tanta
É a recente
E mais consciente
Mensagem
Que pode parecer bobagem
Mas vem provada com paciência
Pela nossa super-ciência
Da atualidade
Será que é mesmo?
Vive-se a esmo?
Que fatalidade!
E os problemas demográficos?
E os temas geográficos?
Tudo no fundo é imundo
Tudo cenas de cinema
Teatro ou tragi-comédia
Em Caixas ou em Ipanema
Mas o que mais importa
É que a grande porta
É a estrada da batucada morena
Que abriu uma avenida pelos céus celestiais
Nos guia como a melodia do uivo de uma hiena
O riso de um chacal
A voz da namorada pequena
E o tom do cantor de sambas e muamba tropical
Assim caminhamos
E trabalhamos e nos odiamos e amamos
Nada mal, como ponto final, etcétera e tal
O etcétera
E o idem-ipsa-ípsilon
Teve tem e terá
Tudo isso está e o todo é o um
O um menos dois
Igual a um
Quatro mais cinco = 1941

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