segunda-feira, 7 de junho de 2010

uma longa queda

Resolvi postar umas partes soltas do livro "Uma Longa Queda" do Nick Hornby.

Parte 1

Martin - Se eu posso explicar por que queria me jogar do alto de um prédio? É claro que posso me explicar por que eu queria me jogar do alto de um prédio. Não sou nenhum idiota. Posso explicar porque não foi nada inexplicável: foi uma decisão lógica. Produto de uma reflexão real. E também nem foi uma reflexão muito séria. Não quero dizer que foi uma esquisitice - só quis dizer que não foi terrivelmente complicado, agonizante.

Parte 3

JJ - O único problema é que o americano da auto-ajuda não teve a merda da primeira idéia de como ajudar a si mesmo.

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Maureen - Se você passa o tempo todo em um recinto bem silencioso e alguém vem por trás e lhe dá um susto, você pula. Se você passa o tempo todo com baixinhos e de repente vê um policial de um metro e oitenta, ele parece gigante. E se nada acontece na sua vida, e depois algo acontece, então esse algo parece especial, quase como se fosse um ato divino. O nada a acaba deformando e exarcebando o algo, o acontecimento..

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Jess - O cara do cachorro não tinha nome. Quer dizer, ele deve ter tido algum dia mas ele me disse que não usava mais, porque não concordava com nomes. Ele achava que os nomes impediam que as possoas fossem qualquer coisa que quisessem, e depois que ele me explicou isso, consegui entender mais ou menos o que estava querendo dizer. Digamos que você se chame Tony ou Joana. Bem, você foi Tony ou Joana ontem, e será Tony ou Joana amanhã também. Então, você tá ferrado, cara. As pessoas poderão sempre dizer coisas do tipo: Oh, isso é bem coisa da Joana. Mas, o cara do cachorro podia ser tipo umas cem pessoas diferentes, todas em um dia só.

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